REVISTA DIGITAL ENSAIOS DA MEMÓRIA

A Plataforma pretende ser espaço gerador de reflexões e debates sobre a História e a Memória Urbana de Volta Redonda. Nesse sentido, o ano de 2023 foi dedicado a promover a apresentação de ensaios livres sobre a cidade, para os quais foram organizados os dois seminários. @auadandrea @lincolnbotelhodacunha @ugbferpoficial

Alberto Costa Lopes, mestre em Organização e Gestão do Território com especialização em Urbanismo, abordou o urbanismo e sua inscrição no ambiente da cidade, como pensamento e prática, a partir de três dimensões.

Lincoln Botelho da Cunha, que durante muitos anos atuou como Secretário de Planejamento na Prefeitura de Volta Redonda, abrilhantou o I Seminário da Memória com canções emblemáticas da Formação de Volta Redonda, trazendo á tona reflexões sobre a gênese da nossa gente.

José Maria da Silva, também conhecido como Zezinho do MEP, coordenador do Movimento Ética na Política de Volta Redonda, abordou reflexões sobre o processo cívico-cidadão e suas experiências à frente do movimento na cidade.

Leandro Pacheco de Mendonça é artista visual e mestrando em Artes Visuais pela UFRJ. No primeiro Seminário da Memória apresentou seu curta Plano x Contra plano em que revela a dicotomia entre o povo e as figuras dominantes da época da implantação e consolidação de Volta Redonda.

Rafael Cabral (Cigano), formado em Arquitetura e Urbanismo pelo UGB-FERP, ao criar a “Óleo Local” retira o impacto poluente dos nossos rios e educa para o ambiente urbano.

Antônio Geraldo tem uma considerável obra, produzida em seus mais de 30 anos de carreira. No primeiro Seminário da Memória apresentou sua exposição “Cinzas”.

No dia 11 de novembro de 2023, no auditório da Biblioteca Pública Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, foi realizado o II Seminário da Memória. O seminário foi composto por duas mesas redondas, com os temas “Produção Arquitetônica” e “Cultura Industrial”, refletindo sob o impacto de ambos sobre os moradores da cidade a cada tempo. Participaram desta segunda edição os convidados da Mesa Produção Arquitetônica Paulo Gustavo Pereira Bastos, Roberto Pimenta da Cruz e Sérgio Fernandez, Já a mesa sobre a Cultura Industrial contou com a participação de Raphael Lima, Carlos Henrique Costa (Carlito) e Leonardo Ângelo. As mesas foram abertas com uma projeção de curtas metragens sobre a cidade, produzidos e dirigidos por Pablo Bedê e Thompson Climaco, mediadas pelos professores Andréa Auad Moreira e Lincoln Botelho da Cunha.

Paulo Gustavo Pereira Bastos, conhecido como Pegê, é arquiteto e urbanista graduado pela FERP, com mestrado pela UFF. O arquiteto nos convidou a embarcar em uma viagem pela memória ao explorar as construções de Volta Redonda e seus autores, destacou as distintas fases da produção arquitetônica da cidade, contextualizando-as na história por meio do conceito de Polissêmia e do estilo Protomoderno.

Roberto pimenta é arquiteto e urbanista graduado pela FERP e professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo do UGB. Através de uma perspectiva artística e poética, Pimenta abordou a significância do espaço da escola dentro do imaginário da cidade. Utilizando imagens de acervo, desenhos feitos à mão e textos autorais, o arquiteto apresentou os contextos sociais e arquitetônicos desses locais ao longo das décadas. Seu depoimento mostrou que esses espaços, compartilhados pelos cidadãos, são exemplos de pertencimento e refletem sempre o seu momento histórico.

Pablo Marins Bedê apresentou o seu curta-metragem intitulado “A Fundação de Volta Redonda – A Curva do Rio”. A obra, conforme sugere seu título, conta a rica história de Volta Redonda desde o advento da indústria até a sua emancipação através de imagens e depoimentos. O curta de Pablo está presentena Revista Digital da Plataforma Memória Viva VR:

https://youtu.be/qxyEPMohhzg?si=ck0jiOUmS-t-5ARD

Thompson Clímaco, mestre em História Social pelo PPGHIS-UFRJ, apresentou no II Seminário seu documentário “Palmares: o Povo Negro pode Dançar”. O filme aborda, com base em relatos e fotografias, a criação do clube Palmares, uma alternativa para o lazer da população preta da cidade de Volta Redonda, segregados dos principais clubes associativos para trabalhadores, na década de 1960. O documentário de Clímaco está presente na Plataforma Memória Viva VR:

https://youtu.be/H30nCLAhjPo

Carlos Henrique, conhecido como Carlito, é professor em história e geografia formado pelo UGB. A apresentação do convidado no II Seminário da Memória analisa Volta Redonda e sua história, identificando a origem e os desdobramentos da segregação espacial provocada pelo plano diretor que gerou a cidade e a forma como a siderúrgica rege sua formação e desenvolvimento.

Leonardo Ângelo é doutor em história pela UFRRJ e, na sua participação no II Seminário da Memória, abriu discussão para a questão racial na CSN e a cidade-modelo do país. Com relatos de personagens importantíssimos, aborda a segregação de funcionários negros, homens e mulheres, na própria indústria e no acesso à cidade, e suas formas de resistência.

Encerrando as apresentações do II Seminário da Memória, Raphael Lima, mestre em Sociologia e Antropologia pela UFRJ, analisou o percurso da cidade de Volta Redonda a partir da CSN. Uma instituição que reeducaria os trabalhadores e modernizaria o país, criando uma cidade-modelo, seus planos de expansão, controle e o cenário atual – onde a siderurgia vem perdendo força.